Prioridades para o Brasil
Marco Antonio Villa é um historiador aposentado da Universidade Federal de São Carlos, onde eu me formei, e comentarista político.
Temos o noroeste paulista
como local de nascimento, ele em Rio Preto e eu em Pindorama. Compartilhamos
ainda a oposição a Lula desde 2.002 e a Bolsonaro (eu desde a pandemia).
Para
Villa, Bolsonaro é um traidor da Pátria e um mandrião (indivíduo não afeito ao
trabalho). E mostra a agenda presidencial como prova irrefutável e os excessos
recreativos pagos com cartão corporativo (R$ 29,6 milhões no ano passado).
De
fato, vejo o prefeito de São Sebastião, onde resido, trabalhar muito mais,
recebendo a equipe de trabalho, vereadores e os cidadãos, visitando obras,
empresas, igrejas, etc. Durante a pandemia, reuniões com comitê de crise para
traçar estratégias e acompanhar os fatos.
Um
país gigante como o nosso, mesmo que eternamente em berço esplêndido, necessita
de liderança que una governo e povo na mesma direção, ainda mais enfrentando
crises econômicas, climáticas e pandêmicas. Ao invés de liderar e trabalhar cedo,
tarde e noite, e fazer deste país, uma grande nação, passa o tempo preocupado
em "lacrar" na internet. Ao menos, é o que aparenta.
Se o
presidente tivesse uma agenda lotada de lideranças civis, industriais,
agrícolas, comerciais, cientistas e tecnologistas, neste último ano de governo
ele já saberia o que fazer para a Pátria. A começar por eleger as prioridades
do Brasil.
Vê-se,
pelo corte do orçamento das cisternas do Nordeste, que o presidente não
entendeu que água é a maior prioridade. De nada adianta a Transposição do Rio
São Francisco sem um programa sério de proteção das nascentes. Quantos bilhões
de árvores o gabinete de crise planejou plantar? Ah, o presidente não criou um
gabinete de crise, nem um plano de contingência... E nem sabe o que seja o rio
aéreo do Brasil...
A
segunda prioridade deveria ser um conjunto de tecnologias de pontas, como a
impressora 3D, que tem potencial gigantesco em todas as áreas produtivas e de
bem-estar social e individual. É essa prioridade que traz à nação as necessidades
de educação de boa qualidade visando a profissionalização e a cidadania e os
empregos altamente qualificados e criativos e mais bem remunerados. E destes,
as necessidades de energia, nutrição, saúde, segurança, recreação e turismo.
Se
os eventos climáticos extremos já mereciam um gabinete de crise, afinal, apesar
de não termos vulcões, nem terremotos, temos secas persistentes, inundações,
enchentes e deslizamentos, imagine agora com uma guerra na Europa que pode
evoluir para uma guerra nuclear (não radiológica, como pensa o presidente)?
Por
exemplo, até quando a detentora do monopólio estatal do petróleo auferirá
lucros astronômicos a um punhado de acionistas bancados pelos donos autênticos,
o povo brasileiro? Por que não fixar o lucro e distribuir o excesso como
redução de preço? Será que só o presidente não enxerga isso? E por que
não estimular medidas de eficiência energética como os motores híbridos e
elétricos?
Esta
é a hora para exigir dos candidatos um compromisso a essas prioridades.
Mario
Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é Tecnologista Sênior do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.
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