Estudo vai recrutar 1.200 mães para identificar impactos da gestação precoce
Hospital Moinhos de Vento, em parceria com Ministério da Saúde, realizará avaliação biopsicossocial de adolescentes mães e seus filhos, além de desenvolver ações educativas em todo o país
Na faixa
etária até os 19 anos de idade, a gravidez é considerada de alto risco para as
gestantes, fetos e recém-nascidos. Mais do que uma questão de saúde física,
essas gestações impactam no agravamento de problemas sociais, biológicos e
psicológicos das mães, sendo a gravidez na adolescência um grande desafio não
só à saúde pública, mas à sociedade. Segundo dados preliminares do Sistema de
Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC, 380 mil filhos de mães adolescentes
(até 19 anos) nasceram no Brasil em 2020.
Neste
ano, o Hospital Moinhos de Vento deu início ao projeto Adolescentes Mães – O
impacto da gravidez precoce. A iniciativa – em parceria com o
Ministério da Saúde e desenvolvida pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento
Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) – recrutará, nas
cinco regiões do Brasil, 1.200 participantes: mães adolescentes (até 19 anos),
mães adultas (idade entre 20 e 30 anos incompletos) e seus filhos. O objetivo é
comparar o perfil e o impacto biopsicossocial das mães adolescentes em relação
a mães adultas, com enfoque maior nos casos de ansiedade e depressão. O projeto
também se propõe a desenvolver vídeos, podcasts e cartilhas informativas sobre
educação abrangente em sexualidade responsável visando a conscientização da população.
Para
o médico líder do projeto, Tiago Chagas Dalcin, os resultados, que devem ser
divulgados no segundo semestre de 2023, serão de grande valia para o Sistema
Único de Saúde (SUS). “O foco da pesquisa é a avaliação do impacto da
gestação na saúde da adolescente e também no desenvolvimento do seu filho. É
uma questão muito complexa que precisa ser melhor avaliada no Brasil. O impacto
de uma gestação em uma adolescente é diferente de uma mulher que teve gravidez
na vida adulta. Iremos medir também os impactos das gestações do ponto de vista
econômico para o SUS. Os resultados serão valiosos para a saúde, uma vez que
servirão de base à formulação de novas políticas públicas, já que a gravidez
precoce é acompanhada por diversas mudanças sociais – como o aumento da
mortalidade infantil, pobreza e abandono dos estudos”.
O
especialista salienta que “há uma estreita relação entre a educação e a
gravidez precoce no Brasil. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) demonstram maior frequência de gravidez em adolescentes de 15
a 19 anos sem escolarização do que naquelas com 9 a 11 anos de estudo. Por esse
motivo, o trabalho educacional é necessário para a conscientização e,
consequentemente, para a redução da taxa de natalidade por adolescentes no
país”.
O
projeto também oferecerá capacitação aos profissionais que atuam na Atenção
Primária à Saúde (APS) no Brasil por meio de um curso com 20 horas de aulas na
modalidade de Educação a Distância (EAD). Além disso, disponibilizará materiais
educativos desenvolvidos por especialistas do Hospital Moinhos de Vento, em
formato digital, para livre acesso.
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