Começo do fim
Nofinal de dezembro de 2020, escrevi um artigo em português, inglês, espanhol efrancês propondo que os países reduzissem seus gastos com armas e usassem essedinheiro para projetos de paz, começando pelo reflorestamento original,recuperação de nascentes, cisternas em regiões secas e como combate aenchentes. E em pesquisas de vacinas.
Lápelo ano 1976, em Catanduva, durante a aula de desenho, a professora Stelamanifestava que sua esperança no futuro estava no mar, mas já previa que osmares seriam destruídos em poucas décadas. Então, os alertas do efeito estufacomeçaram a pipocar dos cientistas aos professores. O futuro chegou, os efeitosterríveis das mudanças climáticas estão aí, mas os seres humanos assistemapáticos... O presidente Lula sonha explorar petróleo na foz do Amazonas e 72%dos deputados federais apoiam esse pesadelo (pesquisa Genial/Quaest)...
Épreciso despertar para o fim próximo e mitigar os efeitos do aquecimento globalsabendo que isso requer esforços coordenados e abrangentes. E começar com umagrande redução do consumo de carvão, petróleo e gás natural. E deveríamosreduzir o consumo para 20% do consumo atual em menos de 20 anos e zerar agora ode carvão. É um desafio substituir 4% ao ano, pois exige uma transformaçãoprofunda em nossa matriz energética, mas possível.
Ouseja, investir massivamente em fontes de energia renovável como a solar,eólica, geotérmica, pellets, lenha, carvão vegetal, biodiesel de óleo decozinha usado e outros resíduos, álcool, palha e bagaço de cana, gás de esgotoe lixo, gás d'água etc. Uma ação paralela seria implementar a coleta seletiva ereciclagem de resíduos e reduzindo bastante a produção de plásticos nãobiodegradáveis.
Semnenhuma dúvida, o investimento com melhor retorno será combater o desperdício emelhorar a eficiência energética. Por exemplo, utilizar motores híbridos,esfriamento e iluminação naturais nos edifícios, calor residual na indústria(buscar sinergias). E ainda investir em transporte público e ciclovias ebicicletas elétricas. E já estabelecer zonas urbanas de baixas emissões.
Simplesmente,zerar o desmatamento e iniciar o reflorestamento original, especialmente narecuperação das nascentes (o maior tesouro nesses tempos de aquecimento),liberando a exploração sustentada, focando na absorção do carbono e napreservação da biodiversidade. A EMBRAPA já dispõe de plantas e métodos pararevolucionar a agricultura, com práticas mais eficientes e de baixa emissão. Esubstituir a irrigação agrícola por técnicas mais eficientes como gotejamento.
Nãotemos todas as tecnologias necessárias para o enfrentamento dos efeitos doaquecimento, ou seja, é preciso investir muito em pesquisa e desenvolvimento detecnologias, incluindo também a captura e armazenamento de carbono.
Efazer campanhas educativas para conscientizar a população sobre os impactos doaquecimento global e que promovam práticas sustentáveis e de redução deconsumo, a começar pelo presidente que sonha com Nobel da Paz e petroleirasantiquadas. Para fazer ser o começo de uma nova era humana.
MarioEugenio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é Tecnologista Sênior do InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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