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Torres,26/04/2024

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Ex-assessor de George Santos afirma ter repassado dinheiro a braço direito do brasileiro

Fonte: g1.globo.com
Ex-assessor de George Santos afirma ter repassado dinheiro a braço direito do brasileiro


Derek Myers, que diz ter sofrido assédio sexual de Santos, afirmou a comitê da Câmara dos EUA que pagou principal assessor do deputado e nunca recebeu dinheiro de volta. O deputado republicano dos EUA George Santos, filho de brasileiros, ao lado de Vish Burra, seu principal assessor, em maio de 2023.
Stefan Jeremiah/ AP
Um ex-assessor do deputado norte-americano George Santos, o filho de brasileiros que responde a 13 acusações na Justiça dos EUA por fraude, diz que conseguiu seu emprego depois de enviar uma série de pagamentos ao braço direito do deputado e nunca recebeu o dinheiro de volta.
Derek Myers, 31, declarou ao subcomitê de ética da Câmara na quarta-feira (31) que, enquanto tentava conseguir um emprego no gabinete do Congresso de Santos no final de janeiro, enviou pelo menos sete pagamentos de US$ 150 (cerca de R$ 756) ao diretor de operações de Santos, Vish Burra.
Myers compartilhou detalhes sobre os pagamentos, incluindo recibos e mensagens de texto, com a Associated Press. A alegação de como Burra o ajudou a ser contratado não foi relatada anteriormente e levanta questões sobre possíveis impropriedades éticas por parte de Santos.
Myers disse que começou a enviar o dinheiro não solicitado porque acreditava que Burra, um agente político de direita, não estava sendo pago pela Câmara na época e não podia comprar comida. Mas ele disse que também esperava que os pagamentos pudessem ajudá-lo a conseguir um emprego.
“Burra era uma pessoa poderosa”, disse Myers à AP. “Eu queria que ele defendesse meu nome.”
Burra é uma espécie de braço-direito Santos, e ajudou a escoltar seu chefe para longe dos jornalistas após sua acusação no tribunal federal no mês passado. Ele se recusou a comentar a acusação.
Em sessão no subcomitê de ética da Câmara, os deputados questionaram Myers sobre os pagamentos, documentados em recibos e mensagens de texto, como parte de uma investigação sobre as alegações de assédio sexual no local de trabalho que Myers fez depois de ser demitido da equipe de Santos em fevereiro.
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Myers, um ex-jornalista, recebeu uma oferta de emprego para ser assistente legislativo no final de janeiro, mas durou menos de uma semana no cargo. Santos o demitiu depois de uma verificação de antecedentes apontar que o então assessor havia sido acusado de escuta telefônica em Ohio, após publicar a gravação de um julgamento.
Mas, em uma carta de fevereiro enviada ao Comitê de Ética da Câmara, Derek Myers alegou que foi demitido por rejeitar "avanços sexuais" por parte de Santos. Myers acusou o congressista de passar a mão pela parte interna da perna e tocar sua virilha enquanto estavam sozinhos no escritório.
Santos negou a acusação, descrevendo-a como "cômica".
O Comitê de Ética da Câmara está investigando várias alegações de comportamento impróprio de Santos, que admitiu ter forjado grande parte de sua biografia e atualmente enfrenta acusações federais que incluem fraude e lavagem de dinheiro.
No mês passado, os republicanos na Câmara evitaram uma votação para expulsar Santos, encaminhando o assunto para o painel de ética. O comitê não divulgou quem está entrevistando ou quando uma decisão pode ser tomada.
Na quarta-feira, os membros do comitê passaram duas horas questionando Myers sobre suas alegações de assédio sexual, seu relacionamento com Burra e se ele havia testemunhado algum comportamento ilegal durante sua curta passagem pelo cargo.
Ele descreveu como encontrou Burra online e, em seguida, pressionou por um emprego no escritório de Santos com o desejo sincero de ajudar o representante marcado por escândalos.
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Myers também forneceu documentação, incluindo e-mails e mensagens de texto com funcionários e recibos mostrando seus pagamentos para Burra.
Aos deputados, Myers disse também que Burra não pediu dinheiro a ele, mas uma vez pediu que ele “mandasse mais pizza”.
Os investigadores da Câmara perguntaram a Myers sobre uma troca de texto que ele teve com Burra em 29 de janeiro, dias depois de ter recebido a oferta de emprego. Nessa troca, Myers perguntou a Burra: “Você já recebeu a folha de pagamento?”
"Não. Você não precisava fazer isso, cara”, respondeu Burra, acrescentando mais tarde: “Vou te pagar de volta com certeza”.
Myers reconheceu durante sua entrevista com os investigadores da Câmara que gravou secretamente pelo menos uma conversa com Santos e depois a compartilhou com um jornalista. Ele também disse que foi ao FBI enquanto ainda trabalhava para Santos, com a intenção de possivelmente trabalhar como informante confidencial para a aplicação da lei.
Ele disse que decidiu falar sobre o incidente de assédio depois que foi forçado a deixar o emprego.




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