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Torres,08/05/2024

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Paz ou aniquilação globais

Eu vivi para ver a humanidade vencer diversos desafios


Euvivi para ver a humanidade vencer diversos desafios que foram consideradosimpossíveis, como a varíola que foi uma das doenças mais devastadoras nahistória da humanidade, causando milhões de mortes ao longo de três milhares deanos. No entanto, foi a primeira doença erradicada através de um esforçoglobal.

 Essavacina inaugurou a era das vacinas. A mortalidade varíola era de 30% e ossobreviventes ficavam com marcas profundas. O esforço da Organização Mundial daSaúde começou em 1967, declarou a doença extinta em 1980.

 Outradoença terrível por mais de três mil anos foi a poliomielite, a paralisiainfantil. Quase foi erradicada, mas ainda demanda esforço para isso. Quando euera criança, via na TV o doutor Albert Sabin visitar o Brasil, era um heróinacional.

 Outroproblema global foi o pesticida DDT (Dicloro-Difenil- Tricloroetano) que eraamplamente utilizado na agricultura. A descoberta dos efeitos terríveis nasaúde humana e no meio ambiente, nos anos 1960, levou a proibição do seu uso.

 E,lembro como se fosse ontem, a divulgação do buraco na Camada de Ozônio - quenos protege contra a radiação ultravioleta do sol - provocado principalmentepelo CFC (Clorofluorocarbonetos), utilizados em refrigeradores e outros produtos.Em 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal para eliminar o CFC.

Essesexemplos demonstram como a conscientização, a pesquisa científica e acooperação global foram essenciais para superar desafios significativosrelacionados à saúde pública e ao meio ambiente.

 Outragrande conquista envolveu vencer o poderoso cartel do petróleo e foi umavitória de um homem só: Clair Patterson estava medindo a idade da Terra quandodescobriu que o Chumbo Tetraetila, usado desde 1922, estava contaminando omundo. Ficou sem financiamento para suas pesquisas, até que teve o apoio doExército, da Marinha, da Comissão de Energia Atômica, entre outros. Em 1992,lembro que havia opção de gasolina "unlead" (sem chumbo) nos postosda Califórnia, era mais cara, mas foi minha opção. O Brasil eliminou o chumbono fim dos anos 1970.

 Hoje,temos dois grandes campos de batalha a vencer: a proteção das fontes de água eo efeito do consumo de combustíveis fósseis, também chamado de mudançasclimáticas. Se não bastasse o cartel do petróleo, hoje há também a bancadaterraplanista, políticos que se esforçam para criar leis que destroem o meioambiente, consequentemente eliminando fontes de água e piorando esse calorão!

 Todavia,o mais dramático inimigo não é o cartel, mas sim o consumo de energia do mundo,pois mais de 80% provém de combustíveis fósseis. Isso significa ter quequintuplicar as demais fontes, uma situação impossível no curto prazo.

 Bem,possível é, pode-se melhorar muito a eficiência do uso da energia e buscarrecursos da Defesa para financiar. Diante do aniquilamento global, seja nuclearou climático, a salvação da humanidade está em fazer o que melhor acaracteriza: entendimento! E promover acordos de paz e projetos para salvar ahumanidade mais uma vez. Construiremos solução ou destruição?

 MarioEugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Livro do Êxodo e Libertação

Religiãosó serve para fazer com que o povo dominado aceite o dominador e suahierarquia? Assim dizem os que nunca leram ou não entenderam a Bíblia,especialmente o Livro do Êxodo e os Evangelhos. Ou ainda nunca participou daQuaresma católica, que trata do assunto.

 OGênesis mostra a escolha de Jacó (renomeado Israel) para formar o povo de Deus,pela concessão deste (palavra traduzida por aliança) e apesar de todo o pecadoque ele fez, e com a incrível história do primeiro José sonhador (depoisinterpretador), que não formou uma tribo, mas teve seus dois filhos mais velhosadotados por Jacó: Manassés e Efraim. Se somar, então não são 12 tribos, mas13... É que a tribo de Levi não recebeu território... Você já tinha pensadonisso? A história termina com todos os israelitas fixando residência no Egito.E procriando! Isso teria ocorrido em 1.700 a.C..

Épreciso ter claro que o Êxodo foi composto de dois livros, a versão Javista e aElohista. Apesar de ser um livro atribuído a Moisés, teria sido composto notempo de Josias. Os acontecimentos narrados aconteceram em 1.300 a.C., quandoos israelitas foram submetidos à corveia (trabalho gratuito em que eramobrigados a prestar ao seu senhor ou ao Estado) para construir Pi-Ramsés (Ex1,11).

Etambém começa a história de Moisés. Embora seja semelhante a um mito babilônicomais antigo, a história do rei Sardon, encontrado em um cesto em um rio. Sabiadisso? Mas é apenas uma coincidência. Como sabemos? Se fosse uma assimilação,haveria indícios como de palavras babilônicas na história de Moisés. No entantonão há nenhuma e muitas palavras chaves são de origem egípcia, inclusive o nomeMoisés.

E Moisés também não foi o primeiro monoteísta no Egito, outro faraó, Aquenaton(Amenófis IV) criou em Amarna, no século XIV a.C., uma religião monoteísta, aprimeira que se têm registro. Até partes dos Salmos parecem-se com inscriçõesencontradas em Amarna.

Moisés nasceu na tribo de Levi. Época que o Faraó Thutmose III mandou matartodos os meninos para evitar que o povo ficasse maior e mais forte que osegípcios e fugisse (Ex 1,10). Ele foi colocado em um cesto no rio Nilo por suairmã Miriam para ser salvo pela filha do Faraó, que o adotou, nomeando-oHapimoses ou Hapimsés possivelmente, filho de Hapi, deus do Nilo. Na corte,como príncipe, recebeu a melhor educação.

 Aoficar adulto, soube de sua origem, viu as dores de seu povo, queria justiça,mas escolheu a violência, não hesitou matar um egípcio que maltratava umisraelita. Sofreu rejeição do seu povo... E para escapar da condenação doFaraó, fugiu do Egito para Madiã. Sem nome israelita, adota apenas Moisés.

 ConheceSéfora, com quem se casa, filha de um sacerdote chamado Raguel (Ex 2,18), ouJetro (conforme 3,1; 4,18; 18,1.2.5.6...), ou ainda Hobab, filho de Raguel, omadianita (10,29-30), ou finalmente Hobab, quenita (Jz 1,16; 4,11)... Cadatexto apresenta um nome diferente.

 Muitosanos depois, temos a teofania (manifestação de Deus) da sarça ardente em queDeus se apresenta como Eu Sou (Javé em hebraico) e ensina Moisés como agir paralibertar o Seu povo.

 MarioEugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Malaquias não é o nome do profeta

 Em15 de fevereiro passado, adquiri uma Bíblia Septuaginta e comecei a ler,original, em grego, claro. Já tinha o Novo Testamento original em grego. O quemuda? Nada e tudo! Nada para quem saiba pouco e nem domine o português, tudopara o resto, por exemplo, a percepção muda: não existe Tiago no original,muito menos James da versão inglesa.

 Outroexemplo, Jesus não foi a primeira pessoa a receber este nome, aliás nem eranome até que Moisés renomeou (como Deus fazia) Oseias, descendente de Efraim,aquele neto que Abraão adotou e deu a bênção dos primogênitos (nem era oprimogênito de José). A palavra cristo (ungido em grego) também é obra deMoisés que ungiu com óleo santo seu irmão Aarão e os filhos deste comosacerdotes. Cristo ainda está associado a Saul e depois a Davi e os demais reismuito antes de Jesus Nazareno.

 Quantoa Malaquias, seu livro não deveria ter nome, foi chamado assim porque Malaquiasem hebreu é meu mensageiro, como nessa epícope: mandarei o "meumensageiro" para preparar o meu caminho. E imediatamente virá ao seuTemplo o Senhor que buscais, o anjo da aliança que desejais (Ml 3,1). NaSeptuaginta está: άγγελόν μου, aggelon mon, meu anjo ou meu mensageiro.

 Nestelivro há dois grandes temas: (1) As faltas cultuais dos Sacerdotes e também dosfieis: O filho respeita seu pai e o servo, seu senhor. Ora, se eu sou Pai, ondeestão as honras que me são devidas (1,6)? Porque não guardastes os meusmandamentos e fizestes acepção de pessoas na aplicação da lei (2,9). Pode ohomem enganar o seu Deus? E ainda perguntais: Em que vos temos enganado? Nopagamento dos dízimos e nas ofertas. E vós, nação inteira, procurais enganar-me(3,6-12).

 Eainda (2) o escândalo dos casamentos mistos e o divórcio: Judá cometeu umainfâmia, amou e desposou a filha de um deus estrangeiro. Eis ainda outramaldade que cometeis: inundais de lágrimas, prantos e gemidos o altar doSenhor, porque o Senhor não dá atenção alguma a vossas ofertas. E dizeis: Maspor quê?! É porque o Senhor foi testemunha entre ti e a esposa de tuajuventude. Foste- lhe infiel, sendo ela a esposa de tua aliança. Quando alguém,por aversão, repudia (a mulher) cobre de injustiça as suas vestes - diz oSenhor dos exércitos.

OAnjo da Aliança é interpretado como um anúncio da vinda de João batista porMateus: É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de tipara te preparar o caminho (Ml 3,1). E foi interpretado como anúncio do próprioJesus, o Deus feito homem: Virei ter convosco para julgar vossas questões eserei uma testemunha pronta contra os mágicos, os adúlteros, os perjuros,contra os que retêm o salário do operário, que oprimem a viúva e o órfão, quemaltratam o estrangeiro e não me temem - diz o Senhor (Ml 3,5).

 Epode-se dizer quando foi escrito Malaquias: é posterior à reconstrução doTemplo (515 a.C.) e anterior à proibição dos matrimônios mistos no tempo deNeemias (445 a.C.), mais próximo desta data provavelmente. Este último livro doAntigo Testamento promete o Salvador para logo. Esse "logo" de Deusdemorou só 450 anos...

 MarioEugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

Carlos Eduardo Santana

 Entreino INPE em outubro de 1985, quando começava o projeto do Satélite de Coleta deDados (SCD-1). Em meados de 1986, foi feito a primeira revisão, quando conhecio falecido Dr. Santana.

 Em1988, iniciamos os testes do SCD-1 de qualificação. Descobrimos que oequipamento de telecomunicações estava invertendo os dados, Propus resolver oproblema por software, Dr. Santana concordou com a solução, mas mandou ofornecedor japonês corrigir o erro.

 Quandorecebemos o modelo de voo, desta vez, o receptor perdia o sincronismo e,consequentemente, a comunicação porque os dados continham muitos zeros, falhada tecnologia. Como os telecomandos eram enviados duplicados, sugeri colocaroutros números na duplicação para não perder o sincronismo. O Dr. Santana disseque desenvolvêssemos o equipamento para isso.

 Os componentesdo SCD-1 de voo foram concluídos em março de 1990. O projeto do VeículoLançador de Satélites estava estagnado, mas os militares ainda tinhaminfluência no governo federal, assim, o SCD-1 foi para a prateleira esperardias melhores.

 Nesseínterim, em fevereiro de 1987, assinava-se o acordo de construção do satéliteCBERS-1 com a China, com a participação de diversos tecnologistas, entre eles oDr. Santana, que viria a gerenciar o projeto quando os problemas ficaramintransponíveis.

 Em1989, Collor assume a presidência e leva o Brasil a uma crise jamais vista,levando o INPE também à estagnação. A situação só mudou em meados de 1991,quando o presidente Collor resolve comprar o foguete lançador para o SCD-1. OSantana começou a fumar charutos cubanos, empesteando o prédio Beta, quandoalguém colocou uma seta indicando "cabana do Pai Santana", que ficouali por muito tempo.

 Em1992, o Santana chamou o Alderico e a mim para expor seus dois grandesproblemas, o equipamento de testes do satélite do LIT requereria dez pessoaspara montar e operar nos Estados Unidos e, mesmo assim, quando fosse lançar,não teria como verificar a sanidade do SDC-1. Ele queria que desenvolvêssemosum equipamento de teste parecido como o que eu tinha feito antes. Hoje, vejoque ele apostou a carreira em mim, um tecnologista iniciante.

 Depois,queria utilizar esse equipamento em Alcântara, pois somente na terceira órbitao SCD-1 passaria por Cuiabá, uma visão sábia, pois o software de previsão deórbita mostrou-se errado, como ele temia, poderiamos ter perdido o SCD-1 parasempre.

 OCBERS-1 afundava, o Santana assumiu a gerência tendo que ensinar os chinesesuma metodologia de trabalho. E no primeiro semestre de 1995, a Esca, principalfornecedor brasileiro entrou em falência. Santana organizou o "saque"dos equipamentos que estavam lá e ficou esperando a Polícia Federal vir aoINPE. Sem isso, o Programa CBERS teria morrido.

 Apósorganizar o Amazônia-1, Santana foi colaborar com a prefeitura de São José dosCampos, sendo responsável por diversas ações, como a do Parque Tecnológico.Embora olvidado, precisaríamos de um livro grosso para contar tantas coisasboas que ele fez. Encerro parafraseando seu lema: Agora, Santana está com Deus!

 MarioEugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

O Holocausto é incomparável?

 Emtoda minha vida vi muitas situações serem mal comparadas com o Holocausto judeuque se criou um tabu fazer comparações. O genocídio de uma raça faz parte daraça humana, ou da história humana. Desse ponto de vista, o extermínio dosjudeus pelos nazistas não é diferente de outros que ocorreram. E ocorrem...

 Umarápida pesquisa e descobrimos os Genocídios: Dzungar (1755- 1758), Circassiano(1800-1870), Moriori (1835-1863), Indígenas da Califórnia (1846-1873), Grego(1913-1923), Sayfo (1915-1924), Armênio (1915-1923), na Segunda Guerra Mundial(1939-1945): Holocausto, Cigano, Sérvios, croatas; na Guerra Fria: Bangladesh(1971), Ikiza (1972), Timor-Leste (1974-1999), Camboja (1975- 1979), Guatemala(1981-1983), Gukurahundi (1983-1987). E os atuais: Uigur (2014-), Ruainga(2016-).

 Nãome parece que a morte de uma "raça" seja mais importante que a deoutras, nem que se banalizem comparações esdrúxulas. Mas, sim, podemos compararqualquer genocídio com o Holocausto e até considerar os que obtiveram êxitoainda mais cruéis. Os números importam, mas 100% é mais cruel.

Não custa lembrar que um grande "genocida" está na Bíblia, tem o nomede Jesus no original grego (o primeiro Jesus da Bíblia, nomeado por Moisés),mas chegou ao português como Josué, e vejamos seu primeiro massacre (nosanteriores, Amorreus, Basã e Madiã, Moisés comandava, mas poupou-se as moçasvirgens), a cidade de Jericó: O povo clamou e os sacerdotes tocaram astrombetas. A muralha desabou. Tomaram a cidade e votaram-na ao interdito,passando a fio de espada tudo o que nela se encontrava, homens, mulheres,crianças, velhos e até mesmo os bois, as ovelhas e os jumentos (Js 6,20-21).

Segundoa Bíblia, os israelitas de então foram genocidas por ordem de Deus, ou doprofeta de Deus que recebia as mensagens genocidas deste. E, hoje, osisraelenses é que estão sendo acusados, no Wikipedia até já há uma páginaintitulada "Allegations of genocide in the 2023 Israeli attack onGaza" e com 186 citações. E, não, a declaração do presidente Lula não estáaí.

 E oque disse Lula: "Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povopalestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quandoHitler resolveu matar os judeus."

 Éuma frase sem muito sentido, incompleta, claramente de improviso e tentando semsucesso escolher as palavras adequadas. Um governo sério de Israel pediriaexplicações e não tomaria conclusões tão radicais, haja vista o que Erdogandisse em 27 de dezembro: "Eles costumavam falar mal de Hitler. Que diferençavocê tem de Hitler? Eles vão nos fazer sentir falta de Hitler. O que esseNetanyahu está fazendo é menos do que o que Hitler fez? Não é. Ele é mais ricodo que Hitler e recebe o apoio do Ocidente. Todo tipo de apoio vem dos EstadosUnidos. E o que eles fizeram com todo esse apoio? Mataram mais de 20 milhabitantes de Gaza".

 Essasim foi uma declaração dura e que não teve resposta do nível que Lula recebeu.E o que nos pode acontecer? Dificuldade para visitar a Terra Santa!

 MarioEugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

 





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