Inverno e primavera: período de intensa presença de animais marinhos no sul do Brasil
As estações de inverno e primavera representam um período de grande atividade de animais marinhos migratórios nos mares do sul do Brasil.

Muitas aves utilizam a costa
brasileira em seus ciclos biológicos, assim como alguns mamíferos.
Vale destacar no grupo das aves a
migração de espécies provenientes do sul do continente, e ainda, do continente
europeu e América do Norte.
Podemos por vezes registrar a
presença de grandes bandos de aves nas areias das praias de Torres,
especialmente no período noturno, entre estas aves podemos ter a ocorrência de
trinta-réis (gênero Sterna sp.), e do bobo pequeno, (gênero Puffinus sp.).
Mas, a ave que geralmente chama mais
a atenção devido as taxas de encalhes/mortandade serem normalmente altas na
região, são os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus).
A morte de parte das populações de
aves migratórias são consideradas normais dentro dos processos evolutivos e de
seleção natural de espécies, animais jovens costumam representar o maior número
destes. É possível também serem verificados animais encalhados vivos.
No caso de mamíferos a migração das
baleias, principalmente da espécie franca e jubarte que ocorre neste período,
além de gerar uma ampla procura por pessoas para a tentativa de avistagem do
espetáculo destes animais nos mares, gera a incidência no aumento de número de
encalhes.
Neste mesmo grupo dos mamíferos
temos os representantes dos pinípedes que são os lobos e leões marinhos, também
sendo muito comum o registro de sua ocorrência na região, especialmente em
Torres e adjacências, visto a presença da Unidade de Conservação da Ilha dos Lobos.
Independente das motivações que
enriquecem a região com a presença destes animais é importante salientar que no
caso da constatação de animais encalhados vivos ou mortos nas praias, não se
deve mexer nos animais, tentar colocar para o mar ou resgatar sem que aja a
atuação de algum órgão ambiental especializado.
Estes animais podem transmitir
doença ou ainda serem contagiados por nós ou atacarem por defesa, portanto,
devemos agir com cautela.
O ideal é se possível isolar a área
registrar com fotos com distância segura e sem uso de flash, e entrar em
contato com as entidades ambientais locais. Estas mantém uma rede de contato
para atuação conjunta diante de cada caso específico.
O lixo e a pesca também representam
riscos a fauna marinha, diante disto tenha atenção com lixo gerado, destine
corretamente o seu resíduo e denuncie a pesca ilegal.
Auxilie na divulgação destas
informações e seja um agente ativo na busca por melhorias e segurança nos
eventos de encalhe de animais marinhos na região.
Texto: Rodrigo De Rose da Silva = Biólogo especialista em Análise
Ambiental e Biologia Marinha. Pesquisador Associado do Grupo de
Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (GEMARS). Diretor de Desenvolvimento
Sustentável da Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo de Torres.
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